Não existe classe social que limite o sonho da formação!

Enem é uma grande oportunidade para quem realmente quer acessar a educação superior; contudo, precisa ter, além de vontade, foco e muita dedicação aos estudos

PRUDENTE - OSLAINE SILVA

Data 14/01/2021
Horário 04:00
Foto: Roberto Kawasaki
Lariane tem estudado dia e noite para a prova que pode dar-lhe a chance de se formar jornalista
Lariane tem estudado dia e noite para a prova que pode dar-lhe a chance de se formar jornalista

Milagres acontecem, mas quando se quer algo é preciso buscar. Não esperar que caia do céu. É como almejar uma formação superior, mas não se esforçar para isso. Sem condições financeiras, com certeza é mais difícil se tornar um médico, um advogado, um engenheiro, entre outras profissões. Mas... não é impossível. O Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) é uma grande oportunidade para quem realmente quer ter uma educação superior. Contudo, precisa ter, além de vontade, foco e muita dedicação aos estudos, além do já empenhado durante o ano letivo. Lariane Mateus Costa, 17 anos, aluna da EE (Escola Estadual) Professora Anna Antonio, de Presidente Prudente, é um bom exemplo de que não existe classe social que limite um sonho. O dela é se tornar uma jornalista!
Caçula da pensionista Marialva, irmã de Aldineia, Tatiana, Ariovaldo e Taiane (esta última prestes a se formar em Letras), - a menina vem estudando muito para a prova impressa do exame, que será nos dias 17 e 24 de janeiro. E pela primeira vez, como um projeto-piloto, também será aplicada na versão digital nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro. “Apesar do medo que me cerca, optei por fazer a prova escrita, acredito que fazer online me faria sentir mais dificuldade na hora da resolução”, expõe Lariane. 
Opção também de escolha de Maria Júlia Giacomelli, 19 anos, de Piquerobi, que vem se preparando em cursinho pré-vestibular, cuja rotina consiste em assistir às aulas durante a manhã, que, desde março do ano passado passaram a ser transmitidas ao vivo ou gravadas, para que os alunos se mantivessem em dia; durante a tarde, após o almoço, ela faz um tempo de descanso, sempre busca resolver os exercícios das aulas que assistiu naquele dia, para fixar os conteúdos e eliminar possíveis dúvidas, e assim se segue até a noite. “Acredito que a rotina de estudos varia bastante de estudante para estudante, porque deve ser organizada de acordo com as necessidades, os métodos de estudo e materiais utilizados de cada um. No meu caso, farei a prova do Enem e alguns vestibulares almejando aprovação em Medicina. Acho válido ressaltar que, por mais que exista uma rotina, nem todos os dias serão produtivos como planejado, e que isso é absolutamente normal, o importante é manter a constância nos estudos mesmo assim”, pontua Maria Júlia, que já foi aprovada em outro curso pelo Sisu (Sistema de Seleção Unificada).

Adaptação ao ensino remoto

A jovem Lariane, que reside no Parque Primavera, conta que no início da pandemia foi difícil definir uma rotina de estudos, porque quando se fica o tempo todo em casa, compromissos aparecem a qualquer hora e podem atrapalhar, interromper facilmente a concentração. “Definitivamente, o ensino remoto me trouxe impactos negativos. A dificuldade em tirar suas dúvidas, com um professor por perto, seria muito mais fácil. Manter o ânimo para estudar em meio a uma pandemia e suas adversidades é bem difícil, principalmente quando sofre perdas em seu meio familiar. Mas eu determinei que estudaria cinco horas por dia, tempo que eu ficava na escola. Passei toda a pandemia estudando conteúdos gerais [de todas as áreas, gráficos que podem aparecer, interpretação de texto e argumentações, etc]. E agora nas últimas semanas investi na área de biológicas, que tenho mais dificuldade”, ressalta a garota.
O ensino remoto também trouxe algumas dificuldades para María Júlia, principalmente no que se refere à disciplina. “É evidente que o ambiente domiciliar oferece mais distrações que a sala de aula, local que eu estava acostumada a estudar. Levei algum tempo para me adaptar, e uma das maneiras que encontrei para lidar melhor com isso foi delimitar o uso das redes sociais, visto que eram minha maior fonte de distração”, frisa Maria Júlia que, ademais, acredita que a interação social com colegas e professores torna a rotina intensa de estudos muito mais leve e prazerosa, o que, infelizmente, acabou sendo prejudicado devido ao isolamento social. 
“Certamente, este foi um aspecto que notei muito estudando pela modalidade EaD [ensino a distância]”, completa a estudante, que deu mais atenção às áreas de ciências da natureza, especialmente física, e matemática e suas tecnologias. “Em matemática, minhas maiores dificuldades estão em geometria plana, portanto, tentei entender ao máximo a matéria, que é recorrente nas provas. Já em física, precisei focar em dinâmica, que concentrava a maior parte das minhas dúvidas na disciplina”.

Foto: Cedida

estudante da região de presidente prudente se prepara para o enem 2020
Maria Júlia, que já foi aprovada em outro curso pelo Sisu, busca no Enem seu sonho na Medicina

SAIBA MAIS

Últimos dias de preparação para o Enem 2020

É possível fazer uma redação nota 1000 no Enem

Desigualdade socioeconômica e educação do país

Publicidade

Veja também