O Retrato

Sandro Villar

O Espadachim, um cronista que avisa: a situação no leste europeu está ruça.

COLUNA - Sandro Villar

Data 06/02/2022
Horário 09:43

Sei não, mas o advento do celular e esse negócio de grupos de WhatsApp são verdadeiras armadilhas para os amantes. Já deu cada encrenca que vou te contar. Casais se separaram quando um dos cônjuges - ou conje, como diz o Moro - descobriu por acaso - ou não - a foto do outro ou da outra no grupo.
 Engenheiro respeitado e casado com a Lucimara, o Teodoro caiu nas graças de uma mulher que, coincidentemente, se chamava Graça e creio que ainda se chame. Era uma médica muito da gostosa. "Um pedaço de bom caminho", ironizou um amigo do engenheiro. "Uma gracinha", acrescentou o gozador.
 Lucimara descobriu por acaso a traição do marido. Tudo porque Teodoro não tomou os devidos cuidados. Telefone fixo da firma é diferente, muito mais seguro para quem pula a cerca. Ou o cercado, sei lá. Os amantes marcam encontros usando os telefones dos seus locais de trabalho e não correm tantos riscos como agora portando celulares.
 Era um sábado à tarde. Teodoro estava em casa deitado e vendo aquelas bobagens da televisão. Aí a esposa entrou no quarto para guardar a roupa que tinha acabado de passar no ferro elétrico.
 O celular dele deu o famoso toque de mensagem, que vocês conhecem de cor e salteado. Um amigo - logo naquela hora - enviou-lhe um vídeo engraçado. Teodoro riu de orelha a orelha. Depois, ele colocou o celular em cima do criado-mudo, mas a luz do celular demorou um pouco para apagar.
 Depois de colocar uma blusa no guarda-roupa, dona Lucimara, sem querer, viu de relance a lista de pessoas no grupo do esposo. Fixou-se em um rosto bonito de mulher. Desconfiada, perguntou ao marido: "Quem é ela?"
 Mais perdido do que cego em tiroteio - ou mais aborrecido do que candidato em queda nas pesquisas -, Teodoro balbuciou um "hein?", mas logo se recompôs.
 Mentiu mais do que certos governantes. Como sair daquela saia-justa? Como escapar daquela encrenca? Por fim, ele inventou uma história. Explicou à mulher que o retrato era de um amigo dele que gosta de se fantasiar de odalisca e adora "zoar" os amigos. Lucimara não se conteve com tamanho cinismo e deu um tapa na cara do marido.
  Para encurtar este papo, ela leu as mensagens, que não eram tão comprometedoras, mas mesmo assim decretou a "lei seca" no lar. Nada de sexo, a menos que Teodoro contasse a verdade verdadeira e não mentira mentirosa. 
 A verdade ele nunca contou e cada um vive em seu quadrado na esperança de que a esposa "revogue" a "lei seca", que deve ser um terror para quem gosta de "trocar o óleo" pelo menos uma vez por semana.


DROPS


Em rio que tem piranha jacaré nada com proteção nas costas.


Casamento: o que Deus uniu o piolho não separe.


O amor é lindo, mas o custo de vida do casal é feio.


A inflação sobe de elevador. O salário pela escada.


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