Para instituições, antecipação da colação prejudica estudantes

Portaria do MEC autoriza a opção para quem cursa Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia e Medicina, mas com ressalvas

REGIÃO - THIAGO MORELLO

Data 21/04/2020
Horário 19:28
Unoeste - Apenas o 12º de Medicina da Unoeste se enquadraria na situação
Unoeste - Apenas o 12º de Medicina da Unoeste se enquadraria na situação

De acordo com a nova autorização do MEC (Ministério da Educação), estudantes de Medicina poderão se formar ao concluir 75% do internato, assim como alunos de Enfermagem, Farmácia e Fisioterapia, no momento em que cursarem a mesma porcentagem do ensino curricular obrigatório. No entanto, levando em conta as instituições de ensino da região que possuem tai cursos, pode ser que a medida não afete os graduandos do entorno.

Por exemplo, na maior da região, a Unoeste (Universidade do Oeste Paulista), localizada em Presidente Prudente, apesar de possuir as quatro faculdades mencionadas, a autorização se aplicaria apenas ao 12º termo de Medicina, conforme a instituição. Contudo, a universidade entende que, caso o estudante não participe do último período do curso, ficaria justamente sem vivência e aprendizado quanto às questões mais complexas e de competências mais importantes para a sua formação.

“É importante destacar que não se trata de uma imposição e que a Unoeste acredita que a antecipação da colação de grau para os cursos de Medicina, Enfermagem, Farmácia e Fisioterapia é de grande prejuízo aos alunos, porque vão perder os últimos estágios e que são fundamentais na formação profissional das respectivas áreas”, completa.

Opinião compartilhada pelo CFM (Conselho Federal de Medicina). O órgão analisou o tema e deliberou por um posicionamento contra a proposta. “O CFM destaca que a antecipação das formaturas em Medicina traz prejuízos à formação do futuro médico, que pode perder acesso a importantes conteúdos e vivências na fase final de seu internato”.

Já no Toledo Prudente Centro Universitário, que disponibiliza apenas o curso de Fisioterapia, dentre os mencionados, o curso em questão é novo e, por isso, está na primeira turma. Em outras palavras, não há possibilidade de antecipação. Ao passo que na FCT/Unesp (Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista), que também só oferece o mesmo curso, a universidade expõe que, apesar de estar “engajada no combate à disseminação da Covid-19 no Estado de São Paulo”, não há por enquanto a previsão de antecipação de formaturas.

Outras três instituições de ensino possuem os cursos mencionados na grade de graduação: a Fapepe/Uniesp  (Faculdade de Presidente Prudente); a Unifai, em Adamantina; e a Unifadra, em Dracena. Contudo, a reportagem não conseguiu contato na unidade adamantinense e nem recebeu respostas referente às outras duas, até o fechamento desta edição.

MUDANÇAS

NA PORTARIA

O MEC publicou uma nova portaria, no dia 13, que revoga a primeira publicação, do dia 3 de abril. No novo documento, o Ministério da Educação flexibilizou as regras para antecipar a formatura de estudantes. Na atualização foi retirada a necessidade de que eles atuassem exclusivamente no combate à pandemia da Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus.

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