Polícia Ambiental monitora áreas degradadas via satélite 

Mapeamento digital mostra o antes e depois de locais em que houve a intervenção 

REGIÃO - ROBERTO KAWASAKI

Data 07/10/2020
Horário 04:02
Roberto Kawasaki - Policial sai em campo com todas as informações da propriedade
Roberto Kawasaki - Policial sai em campo com todas as informações da propriedade

A Polícia Militar Ambiental do Estado de São Paulo possui um sistema de monitoramento via satélite, com capacidade para encontrar áreas de vegetação degradada. A tecnologia, aliada ao trabalho de campo, permite aos policiais uma visão mais ampla de espaços em que muitas vezes as viaturas não chegam. De janeiro a setembro deste ano, na região de Presidente Prudente foram detectados 25 pontos de intervenção, o que resultou em notificações aos proprietários. 

O capitão-PM Julio César Cacciari de Moura, comandante da 3ª Companhia de Policiamento Ambiental, explica que o plano de monitoramento é observado na tela do computador, onde consta um mapeamento da área composta por 53 municípios, que foi dividida em 5,4 mil quadrantes – pequenos quadrados que simulam uma área delimitada de 2 km por 2 km. 

Com apenas um clique, a imagem atual se sobrepõe à fotografia anterior com poucos dias de atraso, sendo possível detectar alterações na cobertura vegetal. “Esse tipo de ferramenta facilita a atuação da Polícia Ambiental mesmo em locais remotos, distantes de estradas, rodovias, que por vezes jamais aconteceriam denúncias”, explica o capitão.

“Tendo essa possibilidade, vamos ao local, detectamos a infração e realizamos a atuação pertinente e a responsabilização criminal também”. 

Antes do policial ir a campo, já possui todos os dados do proprietário no relatório, conforme análise no Cadastro Ambiental Rural. Além do trabalho aliado à tecnologia, boa parte das áreas degradadas são verificadas através de denúncias ou do patrulhamento e observação rotineira dos policiais em campo. 

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Roberto Kawasaki - Cacciari lembra que a população está mais consciente 

Penalidade e multa

O valor da multa para a pessoa responsabilizada pela supressão da cobertura vegetal pode variar entre R$ 50 e R$ 50 milhões na esfera administrativa. Segundo Cacciari, a autuação dependerá do local onde a vegetação está inserida; o estágio em que ela se encontra; e o tipo de vegetação. Caso seja reincidente na prática, o valor da multa pode ser até mesmo triplicado. 

“Vai existir ainda a necessidade de reparação desse dano na esfera cível, e uma responsabilidade criminal de quem causou o dano”, considera o comandante. Apesar das constantes ocorrências que vitimam a fauna e a flora, Cacciari acredita que a comunidade esteja mais consciente.

“Na maior das nossas fiscalizações encontramos regularidade ambiental. Isso é importante, pois traduz uma consciência ambiental de toda a população”, afirma. 

SERVIÇO
As denúncias de qualquer crime ambiental, inclusive de queimadas, podem ser comunicadas à Polícia Militar por meio do 190, que repassará a demanda para a Companhia mais próxima. 

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Roberto Kawasaki - Monitoramento é feito por meio de um mapeamento no computador

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Roberto Kawasaki - Imagem sobreposta mostra o antes e depois da área

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