Polícia Federal desarticula ‘braço financeiro’ da facção criminosa paulista

Grupo investigado opera há mais de dez anos em benefício da chamada sintonia final de facção criminosa – o alto escalão

Geral - ROBERTO KAWASAKI

Data 30/09/2020
Horário 11:18
Polícia Federal - Apartamentos de luxo foram alvos da operação de hoje
Polícia Federal - Apartamentos de luxo foram alvos da operação de hoje

O “braço financeiro” da facção criminosa paulista foi alvo da operação Rei do Crime, deflagrada hoje pela Polícia Federal nos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina. No interior paulista, houve cumprimento de mandados na cidade de Bauru.  

De acordo com o órgão federal, o grupo investigado opera há mais de dez anos em benefício da chamada sintonia final de facção criminosa – o alto escalão. 

No total, foram cumpridos 13 mandados de prisão preventiva, 43 mandados de busca e apreensão, sequestro de 32 automóveis, nove motocicletas, dois helicópteros, um iate, três motos aquáticas, 58 caminhões e 42 reboque e semirreboque. 

Conforme a Polícia Federal, os bens sequestrados têm valor aproximado que ultrapassa R$ 32 milhões.

Além das apreensões, foi determinado o bloqueio de valores de mais de R$ 730 milhões que se encontram em contas bancárias dos investigados e de pessoas jurídicas ligadas direta ou indiretamente com os fatos investigados.

Em São Paulo e Balneário Camboriú (SC), houve também o bloqueio de imóveis de pessoas físicas e jurídicas, o que pode aumentar significativamente os valores totais referentes aos bens sequestrados.

Além dos municípios citados, agentes estiveram em apartamentos de luxo e empresas nas cidades de Bauru, Igaratá (SP), Mongaguá (SP), Guarujá (SP), Tremembé (SP), Londrina (PR) e Curitiba (PR).


Polícia Federal - Operação foi deflagrada em três Estados

Empresários envolvidos

Entre os alvos da operação, a polícia cita empresários do setor de combustíveis e uma pessoa que foi condenada pelo envolvimento no furto ao Banco Central do Brasil, ocorrido em Fortaleza/CE, no ano de 2005.

Os 20 indiciados responderão pelos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro.

A investigação chegou até eles após rastrear movimentações financeiras que identificaram a existência de uma rede de combustíveis, inclusive uma distribuidora, que atuava em benefício da facção criminosa, que fazia lavagem de ativos de origem ilícita, através de empresas com atuação sólida no mercado e de empresas de fachada ou compostas por laranjas.

Neste meio, estão envolvidas empresas de postos de combustíveis, lojas de conveniência e escritórios de assessoria e contabilidade. Desta forma, a Polícia Federal solicitou em juízo a interdição da atividade econômica financeira de 73 pessoas jurídicas, as quais passarão a ser administradas pela SENAD (Secretaria Nacional de Políticas Sobre Drogas-MJSP).

A operação foi batizada de Rei do Crime em alusão a empresários que fomentam e financiam organizações criminosas sem praticar as ações violentas por elas perpetradas.

A facção criminosa paulista tem sido alvo de constantes operações. A mais recente ocorreu no dia 14 de setembro e atingiu membros da nova cúpula da organização.

Comandada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), a operação Sharks prendeu ao menos quatro pessoas, e outra morreu durante confronto com a Polícia Militar.

Outros alvos já haviam sido detidos no decorrer da investigação, alguns presos em Presidente Venceslau e em presídios federais.

Na época, foram apreendidos veículos, drogas, armas e TNT - todos pertencentes à cúpula da facção. 

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