Previdência Social é alvo de operação da PF em Presidente Prudente

Servidora do INSS é acusada de inserir dados falsos nos sistemas, o que gerou prejuízo de mais de R$ 1,7 milhão aos cofres públicos

PRUDENTE - ROBERTO KAWASAKI

Data 02/06/2021
Horário 08:43
Foto: Cedida
A investigação teve início em razão de denúncia do próprio INSS em Presidente Prudente
A investigação teve início em razão de denúncia do próprio INSS em Presidente Prudente

A inserção de dados falsos nos sistemas da Previdência Social virou alvo de investigação pela Polícia Federal, em Presidente Prudente. Nesta manhã, a delegacia deflagrou a “Operação Perfídia”, que cumpriu oito mandados de busca e apreensão em diferentes endereços, inclusive, no de uma servidora do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

Conforme a delegada Sabrina Eloísa de Freitas Soares, a denúncia das irregularidades partiu do próprio INSS, que identificou diversos benefícios em que o tempo e valor de contribuição do segurado foram aumentados pela servidora, em desacordo com as normas da instituição e sem fundamento em documentos comprovatórios das alterações. “Inicialmente, identificaram 27 benefícios concedidos por uma mesma servidora, contendo alguns indícios de irregularidades”, afirma.

“Ela fazia algumas alterações nos sistemas da previdência, em desacordo com as normas internas da instituição, e isso chamou a atenção. Numa verificação mais aprofundada, foi possível perceber que as alterações eram sem base em nenhuma documentação. Então, simplesmente o tempo de serviço do segurado estava sendo aumentado no sistema, sem que tivesse havido um recolhimento para dar justificativo desse vínculo empregatício”, explica.


Roberto Kawasaki - Operação foi comandada pela delegacia de Prudente

Durante a manhã, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão, sendo quatro em Presidente Prudente e quatro em Álvares Machado, em diferentes endereços, inclusive, da investigada e também dos beneficiários.

De acordo com a delegada, em um primeiro momento foi observado que alguns dos envolvidos possuem graus de parentescos entre si, mas que ainda não foi possível entender a relação com a funcionária, nem mesmo como eram atraídos ou não para a ação criminosa. “Vai ser apurado se os beneficiários tinham ciência das irregularidades que estavam sendo praticadas ou não, isso será feito caso a caso nas oitivas”, afirma Sabrina.

De acordo com o delegado Daniel Coraça Júnior, chefe da Delegacia de Polícia Federal em Prudente, o delito, que ocorre há pelo menos dois anos, teria ocasionado prejuízo inicial estimado em R$ 1,7 milhão - valores que podem aumentar conforme análise dos materiais apreendidos na operação, entre eles carteiras de trabalho, celulares, computadores e diversos outros documentos. 

Segundo a Polícia Federal, a servidora suspeita está afastada de suas funções por determinação da Justiça Federal.

Se comprovada sua participação, poderá responder por inserção de dados falsos em sistemas oficiais, conforme prevê o artigo 313-A do Código Penal. No entanto, outros tipos penais também poderão surgir no decorrer da investigação.


Roberto Kawasaki - Materiais apreendidos nos endereços serão analisados


Roberto Kawasaki - Calcula-se prejuízo inicial de R$ 1,7 milhão aos cofres


Roberto Kawasaki - Foram identificados 27 beneficiários irregulares
 

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