Projeto em Prudente resgata autoestima de 200 meninas

Realizada pelo grupo Adra, ação atende jovens de 11 a 17 anos em situação de vulnerabilidade, evidenciando o autoconhecimento e o autocuidado

PRUDENTE - IZABELLY FERNANDES

Data 12/10/2018
Horário 08:05

O empoderamento feminino é um assunto muito comentado nos dias de hoje. No entanto, muitas mulheres ainda não se dão conta da importância que isso representa em suas vidas. Isso se torna ainda mais relevante quando se trata das adolescentes. Pensando nisso, o grupo Adra (Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais) realiza o projeto “Garotas Brilhantes” em Presidente Prudente, e em menos de um ano atendeu cerca de 200 meninas no município. A ação é voltada para adolescentes de 11 a 17 anos que se encontram em situação de vulnerabilidade evidenciada por diversos fatores.

Em turmas de 10 a 40 alunas, o “Garotas Brilhantes” é aplicado em escolas, UBSs (Unidades Básicas de Saúde), instituições públicas e privadas que prestam atendimento para adolescentes e ONGs (organizações não governamentais). O projeto conta com sete oficinas aplicadas com metodologia “plugplay”, por meio de dinâmicas e rodas de conversa, sob os temas: autoestima; autocuidado; autodesenvolvimento pessoal e autovalorização; suicídio; automutilação; gravidez na adolescência; sexualidade; relacionamentos abusivos; machismo; alcoolismo; drogas; abusos sexuais e psicológicos; e violência. Além disso, a iniciativa conta com um encerramento baseado em um projeto de vida e empreendedorismo. As atividades são realizadas por psicólogos, psicopedagogos, assistentes e educadores sociais.

Neste ano, o projeto conta com o patrocínio do Gepac (Grupo de Empresários e Profissionais Amigos da Criança) e com o aval da SAS (Secretaria Municipal de Assistência Social), além de parceiros como a Promotoria de Justiça. De acordo com a coordenadora da Adra de Presidente Prudente, Dayane Maldonado Amaral, o projeto foi idealizado pela Adra Brasil a pedido de escolas que estavam com índice cada vez maior de casos de gravidez na adolescência, assim como de meninas usuárias de drogas e álcool. “Com isso, a nossa coordenadora regional de São Paulo, Neuza Ferraz, resolveu adaptar o projeto como forma de prevenção para aplicação nas escolas”, declara.  Depois disso, a ação foi trazida para Prudente e apresentada para o Conselho Municipal da Criança e do Adolescente.

“Com essa parceria conseguimos um financiamento para efetuar o projeto nas escolas e nas instituições da cidade”, afirma Dayane. Ela acrescenta que o projeto tem um custo anual para desenvolvimento de R$ 112 mil. As atividades são efetuadas no período da manhã, tarde e noite, sempre de acordo com a disponibilidade do horário da instituição. Segundo a coordenadora, a maioria das escolas e instituições que procuram pelo projeto, atende meninas em situação de vulnerabilidade, que, muitas vezes, enfrentaram tentativas de suicídio, passaram por gestação, dificuldades de relacionamento na escola e conflitos familiares. “Por isso, as escolas nos procuram para prevenir esses tipos de problemas”, expõe. As atividades são gratuitas.

Mudança de vida

A coordenadora fala que hoje em dia a mulher é “arrimo” da família e possui um papel de referência na sociedade. No entanto, ela diz que cada vez mais a mulher está se tornando vulnerável, com direitos violados, causando ações prejudiciais até mesmo dentro da família. “Nós queremos trazer para essas garotas uma expectativa de vida com futuros projetos, para que elas saibam lutar por seus direitos e tracem caminhos para alcançar seus objetivos”, ressalta. Dayane fala que, com isso, elas conseguem quebrar um ciclo de pobreza estabelecido pelas antigas gerações, causado, muitas vezes, por frustrações, submissões, relacionamentos abusivos e falta de estudo. “Queremos mostrar o valor que o empoderamento tem na vida delas”, afirma. 

A estudante Thais Novais, 19 anos, participou do “Garotas Brilhantes” por meio da APPA (Associação Prudentina de Prevenção à Aids) e diz que o projeto foi “muito importante” para que ela voltasse a se valorizar como pessoa. “Conhecer sobre meus direitos, aprender a valorizar a minha autoestima, mudou muito a minha vida. Eu consegui superar muitos obstáculos e hoje eu sou feliz e agradeço muito por ter participado deste projeto”, salienta.

SAIBA MAIS

A Adra é uma organização privada, não governamental e sem fins lucrativos de objetivos assistenciais, beneficentes e filantrópicos. Estabelecida pela Igreja Adventista do Sétimo Dia, possui presença em 130 países e executa projetos de desenvolvimento comunitário e de assistência humanitária sem qualquer distinção política, racial, religiosa, de gênero ou de etnia.

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