Prudentino aproveita folga do vôlei turco

SONHOS João Paulo Bravo, 38 anos, ainda não pensa em parar, mas fala sobre sonho de atuar como técnico e em projetos em Prudente

Esportes - PAULO TAROCO

Data 30/07/2017
Horário 12:51

Descansar e aproveitar a família, mas sem descuidar da forma física e sem perder o contato com o esporte, visando novas conquistas durante a temporada 2017/2018 do calendário do vôlei profissional turco e também do continente europeu. Essa tem sido a rotina durante as férias do atleta prudentino João Paulo Bravo, 38 anos, que vai para terceira temporada seguida na equipe do Arkas Spor, da cidade de Izmir, na Turquia. Essa é sua segunda passagem pelo país, onde já esteve durante a segunda metade de 2011 até o primeiro semestre de 2014.

De férias em Presidente Prudente, cidade natal do atleta e onde moram alguns familiares, Bravo revelou algumas metas e sonhos para o futuro dele em relação ao vôlei, esporte que prática profissionalmente há quase 20 anos e somou muitas experiências no decorrer desse período, por clubes do Brasil, Bélgica, Itália, Turquia e seleção brasileira.

O que ele adianta logo de início é a dificuldade de retornar ao Brasil, onde atuou profissionalmente pela última vez na temporada 2014/2015, pela extinta equipe do Brasil Kirin, de Campinas (SP). E essas dificuldades estão relacionadas principalmente, “à estrutura oferecida pelo clube turco”, como conta. Diante disso, entre os sonhos e metas traçados pelo atleta prudentino, está a “vontade de exercer a função de técnico muito em breve”. Inclusive, ele relata que o próprio Arkas Spor já apresentou um projeto para que ele siga como auxiliar técnico assim que decidir parar.

Mas, antes de pendurar os pares de tênis, o ponteiro prudentino alimenta suas perspectivas dentro das quadras, ainda como atleta, para temporada 2017/2018, que começa a partir do mês de setembro. O ponteiro continuará defendo a camisa azul e branca do time de Izmir, onde está desde que deixou Campinas. “Será mais uma temporada de disputas intensas, contra os times formados pelos bancos turcos, que sempre vêm muito fortes, além das equipes formadas pelas equipes tradicionais do futebol, como o Fenerbahçe e o Galatasaray”, afirma.

Nesta temporada, segundo o prudentino, a equipe turca tentará manter o bom resultado obtido na última edição da Liga dos Campeões de Vôlei, competição do continente europeu que reúne as melhores equipes de cada país. Na temporada 2016/2017 o Arkas Spor ficou em oitavo lugar. “O que podemos considerar um bom resultado, principalmente, se compararmos o investimento do Arkas com o de clubes russos, como o Zenit, e dos clubes italianos”, avalia Bravo.

 

Fora das quadras

Mas se alguém acha que Bravo se resume a um esportista completamente alheio aos problemas políticos presentes em seu contexto social, rótulo que muitas vezes estigmatiza pessoas ligadas ao esporte, está equivocado. Vivendo em um país que atravessa uma crise política, envolvendo protestos contra o atual presidente, Recep Tayyip Erdoğan, além de questões internacionais envolvendo os refugiados da vizinha Síria, o Estado Islâmico e os curdos do PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão), que lutam pela independência da Turquia, Bravo faz questão de explicar e ressaltar seu ponto de vista sobre os problemas sociais presentes no país que o acolheu. “Até os colegas turcos de clube observam, pois acompanho até mais do que alguns deles, tudo o que aconteceu com o país. Não fui para lá somente para levar o dinheiro deles, mas sim viver com eles tudo o que ocorre na política, cultura...”, diz.

Mesmo diante desses problemas de ordem internacional, Bravo se mostrou seguro em relação à tensão do dia a dia em solo turco. “Izmir é muito segura e distante da área de conflitos. Costumo dizer que, infelizmente, é mais fácil um brasileiro ser vítima de um assalto do que um turco ser vítima de uma bomba, como mostram as estatísticas”, comenta o atleta prudentino.

 

Projetos

Juntamente com o sonho de ser técnico profissional de vôlei, o ponteiro conta que divide “o sonho de montar um projeto em Presidente Prudente”, juntamente com parcerias. Tudo isso, com o intuito de dar oportunidade a jovens revelações da modalidade na região, além de passar parte de sua experiência adquirida internacionalmente, simbolizada por inúmeras conquistas, como o título Mundial obtido com a seleção brasileira na Itália, em 2010. “Temos muitas pessoas com boa vontade, que é o que mais precisamos. Tenho amigos que treinam o vôlei das 22h à meia-noite, após o trabalho, e representam Prudente. Inclusive, quando estou aqui, treino com eles e com o Paulo, da Winner [Academia], que me dá uma força. Fazem por amor. Sinto falta de mais investimentos, principalmente com as categorias de base”, completa o jogador, que volta à Turquia no começo de agosto, para iniciar o trabalho de pré-temporada com o time de Izmir.

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