Quase 40% da população de Prudente está inadimplente, aponta Serasa

Dados de maio incidam que 88.327 moradores estão negativados, o que representa 39,14% da população; economista sugere consumo consciente e renegociação com credores

PRUDENTE - CAIO GERVAZONI

Data 22/07/2025
Horário 04:04
Foto: Marcello Casal Jr./ABr
Grupo acumula 397.289 dívidas, somando R$ 732 milhões em débitos, com tíquete médio de R$ 8.287,74 por inadimplente
Grupo acumula 397.289 dívidas, somando R$ 732 milhões em débitos, com tíquete médio de R$ 8.287,74 por inadimplente

Dados referentes ao mês de maio divulgados pelo Serasa incidam que 88.327 moradores de mPresidente Prudente estão inadimplentes, o que representa 39,14% da população do município, segundo o Censo Demográfico de 2022. Esse grupo acumula 397.289 dívidas, somando R$ 732 milhões em débitos, com um tíquete médio de R$ 8.287,74 por inadimplente.

O economista Moisés Silva Martins classifica o índice como “assustador”. Segundo ele, a inadimplência não é um fenômeno isolado da cidade, mas sim um reflexo de fatores econômicos amplos: baixos salários, aumento dos preços, inflação, taxas de juros elevadas e, sobretudo, o desconhecimento sobre educação financeira.

“Em Prudente, os fatores são os mesmos que em outras regiões do país, com o agravante de que a maioria dos empregos locais está concentrada no setor de serviços, o que torna a base econômica ainda mais frágil”, explica.

Com quase quatro em cada 10 prudentinos com o "nome sujo", Moisés alerta para o efeito em cadeia causado pela inadimplência. “Essas pessoas ficam impedidas de consumir e, com isso, deixam de movimentar a economia local. É uma limitação grave, porque reduz a circulação de dinheiro e freia o crescimento do comércio e dos serviços”, avalia.

Consumo mais consciente

Para reverter esse quadro, o especialista defende que o primeiro passo é o consumo consciente e a renegociação direta com os credores. “O ideal é consumir apenas o necessário e procurar uma negociação real, que seja viável tanto para quem deve quanto para quem precisa receber. Sendo otimista, a melhora será gradativa quando houver uma redução nas taxas de juros, uma negociação real e verdadeira, daí virá a abertura do crédito e melhoria na economia local”, projeta.

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