Responsabilidade no volante deve ser constante, independente de números

EDITORIAL -

Data 12/02/2021
Horário 04:15

Quase todos os dias, notícias de acidentes de trânsito, envolvendo diferentes tipos de veículos, ganham espaço neste jornal. Colisões, capotamentos, atropelamentos de pedestres ou de animais na pista. Com chuva, sem chuva, de dia ou de noite, a realidade é uma só: a imprudência nas estradas continua fazendo vítimas, muitas delas fatais. 
Um levantamento feito com base nos dados do Infosiga (Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito do Estado de São Paulo) e divulgado na edição de ontem revela que as mortes no trânsito caíram 30,46% na região de Presidente Prudente. Enquanto que em 2019 foram contabilizados 128 óbitos, em 2020 a quantidade diminuiu para 89. 
A redução, conforme especialista em trânsito ouvido pela reportagem, pode sim ter tido uma interferência do período de isolamento causado pela pandemia de Covid-19, afinal, com a recomendação do “fique em casa”, menos pessoas se arriscaram a pegar a estrada no último ano. Mas a tendência de queda, conforme ressaltou, já vinha sendo observada nos últimos anos. Em 2015, foram 157 óbitos; em 2016, 153; em 2017, 151; em 2018, 138; em 2019, 128; e, em 2020, 89.
O fato, com certeza, deve ser comemorado. Mas as mortes, mesmo que em menor quantidade, não deixaram de acontecer. Motoristas infratores pensam que desrespeitar as regras de trânsito é algo banal e a prática se torna bem corriqueira.
Fazer o uso de bebida alcoólica e dirigir, por exemplo, mesmo com a Lei Seca - há mais de uma década em vigor -, continua sendo uma constante na maioria das cidades. Quantos vídeos já recebemos e vimos nos celulares, de motoristas que foram flagrados embriagados, alterando a voz com o policial, sem condição nenhuma de dirigir?
Falar ou enviar mensagens pelo celular, tirar fotos enquanto segura o volante, além de não respeitar a sinalização e o limite de velocidade, são atitudes inadmissíveis.
Apesar da redução no número de mortes, alternativas de educação para o trânsito não devem parar. Painéis eletrônicos nas estradas, palestras e vídeos educativos, mesmo que de forma virtual, além das tradicionais campanhas que ocorrem em certos meses do ano em todo o país, são essenciais, no sentido de alertar e conscientizar. O trânsito seguro é uma responsabilidade de todos. E ela deve ser constante, independente de números.

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