Como tantas dúvidas que surgiram na pandemia do novo coronavírus, surgiu a dúvida em muitas mamães sobre os riscos do aleitamento materno durante este período. E para tranquilizá-las e esclarecer essa preocupação, a SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) divulgou uma nota em que ressalta o posicionamento dos pediatras para que se mantenha a amamentação em mulheres com a Covid-19. Isso porque as principais publicações sobre o tema, até então, indicam que os benefícios do aleitamento materno superam os riscos de transmissão. De acordo com Murilo Sabbag Moretti, pediatra e neonatologista do HR (Hospital Regional) Doutor Domingos Leonardo Cerávolo de Presidente Prudente, é de extrema importância que as mães, sempre que possível, mantenham a amamentação, uma vez que o leite materno é muito importante para as crianças.
“As que chamamos de lactentes, até dois anos de idade, porque o leite materno tem tudo na medida certa: nutrientes, água, temperatura certa, ou seja, é um alimento extremamente completo para o bebê. Esse líquido poderoso tem inúmeros benefícios tanto para a mãe quanto para o bebê. Além de melhorar o vínculo afetivo entre ambos, pois é um momento de amor, de estar junto”, afirma o pediatra.
O especialista explica que quando o neném é alimentado apenas pelo leite materno, o que chamam de amamentação exclusiva, que este hábito seja até os seis meses de vida do pequenino, não necessitando de qualquer outro tipo de alimento, nem mesmo água. Após esse período com orientações do pediatra de confiança começa-se a introdução de novos alimentos, como papinhas, sucos, chás. “Mas, se mãe e filho se sentem bem, a amamentação deve ser mantida até os dois anos ou mais como alimento complementar”, aconselha o médico dos pequeninos.
Murilo completa, salientando que o leite materno tem digestão muito mais fácil, então, o neném que mama geralmente tem menos cólica; melhora o desenvolvimento da criança, sua inteligência no futuro. Crianças que são amamentadas têm menores chances de terem alergias. O leite da mamãe ainda previne doenças contagiosas, infecciosas por ser rico em anticorpos. Ele tem a defesa do nosso organismo, o que passa de mãe para filho.
“Até mesmo a dentição do neném que mama o leite materno é melhor. Para a mãe que amamenta diminui o sangramento após o parto, porque ajuda na contração do útero; a ajuda voltar ao peso que tinha antes de engravidar; previne osteoporose, vários tipos de câncer, doenças cardiovasculares como o infarto. Enfim, os benefícios para as mamães são igualmente inúmeros”, destaca o médico.
Murilo afirma que hábitos saudáveis no dia a dia, como uma boa alimentação com poucos industrializados, e mais comidas de verdade como já sabemos, com verduras, legumes, frutas e água ajudam as mulheres na amamentação. E é verdade também que seu médico deve ser sempre informado caso tome qualquer medicação.
“Agora dizer que existe leite forte e leite fraco. Ah, isso é mito! Todos os leites são fortes. O leite da mãe será sempre o melhor para o bebê dela. Em alguns casos pode acontecer de a mamãe não produzir a quantidade suficiente para o seu filho, mas isso é uma minoria. Cada mamãe tem seu leite preparado exatamente para o seu filho”, pontua Murilo.
Conforme nota da SBL, a mãe infectada deve continuar amamentando seu bebê, mantendo todas as medidas preventivas necessárias, como lavar bem as mãos antes de tocar em seu filho e usar máscara facial durante a amamentação. Agora, se a lactante não se sentir à vontade para amamentar diretamente a criança, pode tirar o seu leite manualmente ou usar bombinhas de extração láctea (com higiene adequada) e um cuidador saudável poderá oferecer o leite ao bebê num copinho, xícara ou colher (desde que esse cuidador conheça a técnica correta de uso desses utensílios).
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