Torcedores relembram tempos áureos do clube fundado em 1945

Esportes - Jefferson Martins

Data 03/06/2016
Horário 10:05
 

Criado em 2012. A não ser o distintivo, o Corinthians de Presidente Prudente que entra em campo hoje pela Taça Paulista, às 20h, nada tem a ver com o antigo Corintinha, clube fundado em 1945 e que teve as atividades encerradas no início dos anos 2000. Mergulhado em dívidas, a agremiação deixou de existir e aguçou saudade no coração dos torcedores e de quem vivenciou os momentos áureos do futebol na cidade.

Um dos símbolos desta equipe é o torcedor Odair Daleffi, 58 anos, popularmente conhecido como Marginal. Ele conta que rodou o Estado inteiro acompanhando o alvinegro. "Dá bastante saudade. Era um time que não tinha dinheiro, mas lutava, tinha vontade", lembra. Marginal diz que estará firme nas arquibancadas, ou melhor no alambrado, setor onde costuma assistir os jogos. Porém admite não ter o mesmo pique de antigamente.

Jornal O Imparcial "Marginal" é um dos torcedores símbolos do antigo alvinegro

"Eu vou, mas não é igual antes. Eu viajava e ajudava a puxar cabo nas rádios. Corria atrás, e hoje já estou velho. Deus ajude que eu esteja errado, mas é complicado nos dias de hoje, um time novo assim ir para a frente. Mas torço para que dê tudo certo", garante.

Último presidente da história corintiana, Luiz Carlos Colnago, hoje vereador em Pirapozinho, aposta no sucesso da nova equipe, já que considera o nome Corinthians uma potência.

 

Tem torcida

Luiz fala que nos últimos anos, com o time mal, e durante jogos de quarta-feira à tarde, o público comparecia. "Eu acredito que possa vingar, o Corinthians é muito forte. A gente colocava de 1,5 mil a 2 mil torcedores facilmente, com um time fraco", explica. O ex-mandatário assumiu o clube após a renuncia do presidente eleito na época, Pérsio Issac, porém atribui a venda do Estádio Parque São Jorge como motivo primordial para a extinção do Corinthians, muito antes de assumir a gestão.

"Acredito que ali foi o ‘início do fim’", completa. Venda essa, que ocorreu em 1983 mesmo com várias tentativas frutadas de evitar o negócio, como garante o ex-radialista e grande conhecedor do esporte prudentino, Sérgio Jorge Alves.

"O Joaquim Neves, que era presidente na época, vendeu o estádio para uma construtora. Na ocasião estava avaliado por um valor, e a venda foi concretizada por um total bem abaixo, além de ter sido parcelado. Eu fui até a Câmara que colocou o Parque São Jorge como utilidade pública", conta.

 

De nada adiantou

Para tentar evitar o negócio, Sérgio e Artur Boigues Filho tentaram formar uma chapa para concorrer com Neves. "O Artur fez um cheque para devolver, mas o Neves não aceitou, aí a construtora vendeu para o shopping e ele está aí", lamenta. Sérgio diz ver com bons olhos um "novo" timão, porém, se o objetivo for o fomento do futebol local. "Eu sou corintiano graças ao Corinthians de Prudente. Com oito anos fui a um dérbi e fiquei maravilhado com aquele time que venceu a Prudentina por 4 a 1", finaliza.

 
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