Traçar novos caminhos de esperança

Diocese Informa

COLUNA - Diocese Informa

Data 16/11/2025
Horário 04:34

No mês de outubro, o Papa Leão XIV assinou uma Carta Apostólica, divulgada por ocasião do Jubileu do Mundo da Educação e dos 60 anos do documento conciliar Gravissimum Educationis, que significa: “Traçar novos caminhos de esperança”. Esta carta aborda a importância da educação católica, o diálogo entre fé e razão, e a promoção de uma "educação digital humana". Ele enviou mensagens de vídeo e discursos para diversos eventos em universidades, como o Congresso das Universidades Ibero-americanas (na PUC-Rio) e a Assembleia Geral da Fiuc (Federação Internacional das Universidades Católicas) no México. Em suas mensagens, o Papa exorta aos estudantes e educadores a buscar a verdade e o sentido da vida, a combater a "cultura do descarte" e a promover a dignidade, a justiça e a confiança em um mundo em conflito. O próprio Papa Leão XIV tem uma formação acadêmica sólida, sendo formado em Matemática pela Universidade Villanova e doutor em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade São Tomás de Aquino, o que reforça seu interesse pelo tema da educação superior. Portanto, o Papa Leão XIV tem uma relação ativa e contínua com a comunidade acadêmica global, utilizando cartas, discursos e mensagens para orientar a missão das universidades católicas. Segundo o Pontífice, educar é um ato de esperança e de justiça, que deve sempre promover a dignidade de cada pessoa. A Carta propõe uma reflexão sobre os desafios contemporâneos da formação integral, intelectual, moral e espiritual; em meio à fragmentação cultural e ao enfraquecimento dos vínculos sociais. “A educação é o gesto mais humano e humanizador que possuímos”, escreve Leão XIV. O Papa também incentiva o trabalho em rede entre escolas, universidades, paróquias e instituições públicas, destacando que educar é uma missão compartilhada. O Papa faz questão de enfatizar a importância do “nós”, reiterando que “ninguém educa sozinho”: na comunidade educativa, o professor, o aluno, a família, quem trabalha na administração e serviço geral, pastores e sociedade civil convergem para gerar vida. Educar é uma tarefa de amor, pois promete tempo, confiança, competência, justiça, misericórdia, a coragem da verdade e o bálsamo da consolação. A fim de que possamos formar verdadeiros cristãos comprometidos com os valores evangélicos. 

MINI SERMÃO
A Carta Apostólica do Papa Leão XIV traz um dinamismo que convida a usar sempre os carismas educativos como resposta “original” às necessidades de cada época. Citando Santo Agostinho que compreendeu que o mestre autêntico inspira o desejo da verdade, educa para a liberdade de ler os sinais e escutar a voz interior. O pontífice menciona a contribuição que amadureceu neste campo ao longo dos séculos: do Monaquismo, capaz de levar adiante esta tradição mesmo nos lugares mais remotos, à obra das Ordens Mendicantes e à Ratio Studiorum, que fundiu as vertentes da escolástica e da espiritualidade inaciana. Ele recorda, em seguida, a experiência de São José de Calasanz com as escolas gratuitas para os pobres; a de São João Batista de La Salle, com a sua atenção aos filhos dos camponeses e dos operários, aos quais se dedicariam os Irmãos das Escolas Cristãs; e, ainda, o compromisso de São Marcelino Champagnat com a superação de toda discriminação na educação; e o compromisso histórico de São João Bosco com seu “método preventivo”. A expressão “aliança educativa”, recorrente em toda a Carta, é para ressaltar que a família não pode ser substituída por outras instâncias educativas: trata-se de colaboração e da consciência de que a prioridade da educação reside neste núcleo. Além disso, o próprio Concílio Vaticano II colocou essa responsabilidade dos pais na base de uma educação saudável. Se o mundo está interligado, a educação também deve estar, promovendo a participação em todos os níveis e abandonando as rivalidades, herança do passado, e unindo todos os esforços para uma convergência saudável e frutífera entre escolas, paróquias e colégios, universidades e institutos superiores, centros de formação profissional, movimentos, plataformas digitais, iniciativas de aprendizagem-serviço e pastoral escolar, universitária e cultural. O que conta, segundo a visão do Papa Leão, é coordenar a pluralidade de carismas para compor uma estrutura “coerente e frutífera”, aproveitando ao máximo as diferenças metodológicas e estruturais, que devem ser consideradas recursos, não fardos.
(Autor: Padre Armando Nochetti) 

AGENDA PAROQUIAL
-Presidente Prudente – Distrito de Montalvão
-Missas aos domingos, 8h e 19h 

MENSAGEM DO PAPA
Papa Leão XIV, em sua reflexão sobre Carta Apostólica: “Traçar novos caminhos de esperança”.
Segundo o pontífice da fé, as escolas católicas são ambientes onde fé, cultura e vida se entrelaçam. Não são simplesmente instituições, mas ambientes vivos onde a visão cristã permeia cada disciplina e cada interação. Os educadores são chamados a uma responsabilidade que vai além do contrato de trabalho: seu testemunho é tão valioso quanto suas aulas. Portanto, a formação de professores, científica, pedagógica, cultural e espiritual é crucial. E o nosso tempo, infelizmente, marcado em muitas partes pela guerra, exige precisamente uma educação para a paz, que não é a ausência de conflito, mas “uma força suave que rejeita a violência; ou seja, uma educação para a paz”. Precisamente neste contexto atual, são necessárias “qualidade e coragem”, a serem praticadas em vista de uma inclusão cada vez maior, que não seja indiferente à pobreza e à fragilidade, porque, sublinha o Papa, “a gratuidade evangélica não é retórica: é um estilo de relação, um método e um objetivo”.

Padre Armando Nochetti 
-Presidente Prudente – Distrito de Montalvão
Admi. Paroquial da Paróquia Nossa Senhora das Graças – Montalvão
Instagram: @sna_armando
Facebook: Armando snz
Informações: Cúria Diocesana (18) 3918-5000
 

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