Verdadeiro craque

OPINIÃO - Sandro Rogério dos Santos

Data 06/12/2020
Horário 05:00

A vida que se vive é a vida que se tem. Nem dá para ser diferente disso. Cada pessoa vive a própria vida e nela desenvolve-se como homem ou mulher em sua trajetória existencial. A humanidade (!) passa por um período de profundos questionamentos. A crise desencadeada pela pandemia do coronavírus atua nos quatro pontos cardeais. Não há pessoa isentada dela, embora cada qual a sua maneira e circunscrita também ao seu GPS.

Dentre tantas coisas tristes havidas no ano – que se mostra também capaz de ajudar a humanidade a se questionar sobre os seus valores, a sua organização, as suas prioridades e mais uma porção de situações – muitas personagens destacadas da sociedade morreram trazendo, ora comoção, ora revolta. De todas, também por causa da proximidade temporal, ressalte-se a do craque argentino Diego Armando Maradona.

Por causa do Pelé a rixa entre argentinos e brasileiros agudizou-se muitas vezes. Para “los hermanos”, Maradona foi o melhor do mundo de todo o tempo. Não é objeto desse texto especular sobre quem é o ou quem não é o melhor jogador de futebol de todos os tempos. Talvez os critérios usados por um não sejam suficientes para convencer o outro e assim a discussão se torna inócua, isto é, esvaziada de sentido, restando somente o da torcida na arquibancada.

Na quarta-feira, 2, Pelé – o rei que nunca perde a majestade – publicou uma foto em rede social com a seguinte mensagem: “Já́ se passaram sete dias desde que você partiu. Muitas pessoas adoravam nos comparar durante toda a vida. Você foi um gênio que encantou o mundo. Um mágico com a bola nos pés. Uma verdadeira lenda. Mas acima disso tudo, para mim, você sempre será́ um grande amigo, com um coração maior ainda. / Hoje, eu sei que o mundo seria muito melhor se pudéssemos comparar menos uns aos outros e passássemos a admirar mais uns aos outros. Por isso, quero dizer que você é incomparável. / A sua trajetória foi marcada pela honestidade. Você sempre declarou seus amores e desamores aos quatro ventos. E com esse seu jeito particular, ensina que temos que amar e dizer “eu te amo” muito mais vezes. Sua partida rápida não me deixou dizer, então apenas escrevo: Eu te amo, Diego. / Meu grande amigo, muito obrigado por toda a nossa jornada. Um dia, lá́ no céu, vamos jogar juntos no mesmo time. E vai ser a primeira vez que eu vou dar socos no ar sem estar comemorando um gol, mas sim, por poder te dar mais um abraço.”

Tai uma mensagem para emoldurar. A humanidade ferida de tantas formas, às vésperas do Natal de Jesus, merece verdadeiro craque, gente dessa estatura moral, que ao expandir amor e acolhida, encolhe disputas e querelas ocas.

Seja bom o seu dia e abençoada a sua vida. Pax!!!

 

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