462 prudentinos não comparecem para tomar 2ª dose da vacina contra Covid-19

Unidades de saúde estão entrando em contato com faltosos e, por meio deste trabalho, constatou-se que 27 se ausentaram por "motivos excepcionais"

PRUDENTE - WEVERSON NASCIMENTO

Data 15/04/2021
Horário 15:53
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Sem segunda dose, pessoa não terá cobertura vacinal completa
Sem segunda dose, pessoa não terá cobertura vacinal completa

O PNI (Programa Nacional de Imunizações) indica que, após tomar a primeira dose de uma das vacinas em uso contra a Covid-19, é necessário comparecer aos postos de vacinação para a segunda aplicação e, desta forma, garantir a completa eficácia dos dois imunizantes. No entanto, esta realidade tem se tornado um desafio em vários municípios brasileiros. Só em Presidente Prudente, capital do oeste paulista, há 462 pessoas aptas a receber a segunda dose da vacina contra a Covid-19 que ainda não compareceram aos pontos de vacinação, conforme balanço feito pela Prefeitura no portal VaciVida, do governo estadual.

À reportagem, a Prefeitura informou que a lista foi enviada às gerências de todas as unidades de saúde para que entrem em contato individualmente com cada faltoso e, por meio deste trabalho, já se constatou que 27 dessas pessoas não compareceram por motivos excepcionais – assim detalhado pelo Executivo. A Prefeitura destaca que continuará fazendo contato com os faltosos ao longo da semana.

De acordo com o médico infectologista André Luiz Pirajá da Silva, com a ausência da segunda dose do imunizante, a pessoa não terá a cobertura vacinal completa. “As vacinas foram testadas e aprovadas em duas doses para atingirem o nível de eficácia. Quando a pessoa toma somente uma, a taxa de eficácia não é atingida”, explica. “Então, a proteção se torna parcial e deixa a pessoa sujeita a ter infecções mais graves mediante a uma má cobertura vacinal”, acrescenta.  

Essa situação compromete a cobertura vacinal não só em Prudente, mas em todo o país, explica o infectologista. Portanto, acrescenta que, quando a pessoa deixa de tomar a segunda dose do imunizante, ela está quebrando uma barreira de proteção, e se torna sujeita à infecção viral e até mesmo ao possível surgimento de novas variantes que podem ser resistentes à vacina. 

No que diz respeito às duas vacinas em uso no Brasil, a Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan, e a Oxford/AstraZeneca, pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), é necessário observar o intervalo das doses. “O intervalo da Coronavac é de 14 dias a 28 dias, embora estudos já tenham mostrado que, após 21 dias a partir da primeira dose, a eficácia é melhor. Já em relação à Oxford/AstraZeneca, são 12 semanas para a segunda dose”. 

Cobertura em Prudente

No Vacinômetro, ferramenta digital desenvolvida pelo governo paulista em parceria com a Prodesp (Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo), consta que, em Presidente Prudente, até às 15h09 de hoje, 36.694 mil pessoas já haviam sido vacinadas com a primeira dose de uma das vacinas em uso no Brasil e, destes, 15.716 já receberam a segunda dose necessária para a imunização.

Eficácia das vacinas

De acordo com os estudos, a primeira dose da Oxford/AstraZeneca já garante eficácia geral de 76%, dos 22 aos 90 dias após a aplicação, uma informação importante que pode subsidiar decisões dos planos de vacinação, já que o número de vacinas disponível ainda é escasso em todo o mundo, detalha a Fiocruz.

Depois desse período, com uma segunda dose de reforço, a eficácia da vacina sobe para 82,4%, confirmando os dados da produção de anticorpos já descritos anteriormente. Para casos mais graves da doença, a eficácia foi de 100%, uma vez que não houve internações hospitalares. 

Recentemente o Instituto Butantan informou que, conforme os estudos finais, a eficácia e a segurança da Coronavac são ainda maiores do que as verificadas nos estudos iniciais, podendo chegar a 62% de eficácia geral. A vacina também evita 100% contra casos graves e moderados e 78% contra casos leves.

Esses dados reforçam as análises interinas de diversas agências regulatórias em todo o mundo, que autorizaram o uso emergencial das vacinas.

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