Já dá para cuidar da saúde com o que você tem no bolso

OPINIÃO - Osmar Marchioto Jr.

Data 30/07/2025
Horário 05:00

Durante décadas, a ideia de que deveríamos dar 10 mil passos por dia ganhou força no mundo todo. Pouca gente sabe, no entanto, que essa meta não surgiu de estudos científicos, mas sim de uma campanha publicitária no Japão, nos anos 1960, quando um pedômetro chamado "manpo-kei" (traduzido como "medidor de 10 mil passos”) foi lançado. A expressão caiu no gosto popular e passou a ser vista como uma espécie de padrão universal de atividade física. Mas a ciência, como sempre, veio depois para ajustar os ponteiros.
Um estudo recente da revista The Lancet Public Health, analisou os hábitos de mais de 250 mil adultos e chegou a uma conclusão importante: 7 mil passos por dia já são suficientes para trazer benefícios significativos à saúde. Mais ainda, mesmo quem caminha menos do que isso, mas sai do sedentarismo, já colhe vantagens reais para o corpo e a mente.
Essa é uma boa notícia. Para muitas pessoas, 10 mil passos diários soam inalcançáveis, especialmente para idosos, pessoas com dor crônica ou rotinas atribuladas. Saber que uma meta menor tem efeito concreto ajuda a reduzir a culpa e a sensação de fracasso que muitas vezes acompanham a tentativa de se exercitar.
A partir de 4 mil passos por dia, já há ganhos evidentes: menor risco de morte precoce, melhor controle da glicemia e menos sintomas depressivos. E 7 mil passos ampliam ainda mais esses benefícios, funcionando como uma meta realista para a maioria das pessoas. Para quem está sedentário, chegar aos 4 mil passos diários já representa uma mudança expressiva de rumo.
Esses passos não precisam acontecer todos de uma vez. Eles se acumulam ao longo do dia: subindo escadas, indo até o mercado, passeando com o cachorro ou caminhando em casa. O importante é se mover mais e interromper longos períodos sentado.
Hoje em dia, medir seus passos é simples. Celulares, smartwatches e pulseiras inteligentes já contam com sensores que registram seus movimentos automaticamente. Muitos leitores talvez nem saibam, mas o próprio telefone que carregam no bolso já está contando seus passos. Basta acessar o aplicativo de saúde do aparelho para acompanhar sua média diária.
Não existe um número mágico. Quanto mais passos, maiores os benefícios. Mas é importante saber que você não precisa atingir uma meta alta para começar a melhorar sua saúde. Para a maioria das pessoas, 7 mil passos por dia já são mais do que suficientes.
Essas evidências nos convidam a pensar de forma diferente sobre atividade física. Em vez de perseguir padrões inalcançáveis, vale mais adotar metas progressivas. Se você está nos 2 mil passos por dia, mire nos 4 mil. E depois, com o tempo, evolua. O importante é avançar, um passo por vez.
Caminhar é simples, de graça, seguro e eficaz. E agora sabemos com base em dados concretos, que até mesmo passos modestos têm impacto real. Basta dar o primeiro passo. E continuar.
 

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