Os atletas prudentinos da APA/Semepp/Talento Olímpico, Gabriel Luiz Boza, João Victor Belo de Sena (filho do também seu técnico Inaldo Sena, ex-velocista e irmão de Maria Victoria Belo de Sena), e o técnico Cremilson Julião Rodrigues, o Montanha, estarão integrando a deleção brasileira de atletismo em Cali, na Colômbia, de 1º a 6 de agosto.
“Viajaremos de Presidente Prudente para Campinas [SP], na quarta, ficaremos em Bragança Paulista [SP] e, no dia 29, embarcamos para Cali. A convocação do Gabriel já era certeza. O João Victor ainda era dúvida pela posição dele no ranking. E a do treinador vem consequentemente aliada ao resultado do atleta. Como o Boza se encontra numa boa posição, era provável que eu também fosse listado”, expõe Montanha, salientando que nada era oficial como fora publicado em alguns lugares, até eles receberem o ofício da CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo).
De ponta cabeça. É dessa forma que Montanha destaca que os treinadores não têm medido esforços e vêm se virando para tentarem manter os seus atletas em plena forma e condição técnica para voltarem do mundial com excelentes resultados. “No sábado retrasado, assim como no último, estivemos em Londrina [PR], treinando numa pista sintética, apropriada, que é o que se preconiza ter realmente de qualidade para o atleta nesse nível que se encontra nessa reta final”, destaca Montanha, agradecendo ao professor paranaense responsável pala pista, Gilberto Miranda, que lhes abriu as portas prontamente para treinarem num local que se aproxima do que encontrarão na Colômbia.
Montanha diz receber essa convocação com uma sensação de satisfação porque mesmo diante de tantos percalços envolvendo o atletismo prudentino, vê-se o resultado do trabalho que de repente não é respeitado por quem deveria.
“CADA GOTINHA DE SUOR DERRAMADA NESSE OESTE PRUDENTINO, TODO O SOL OU CHUVA QUE TOMAMOS NA CABEÇA, DRIBLANDO TANTA COISA, SOMOS GRATIFICADOS CONVIDADOS PARA REPRESENTAR TODA UMA NAÇÃO. ISSO NÃO TEM PREÇO! É INDESCRITÍVEL”
Cremilson Julião Rodrigues, o Montanha
“Ter a comprovação por quem administra o esporte no país, e no mundo, porque se eles estão convocados para o mundial é porque atenderam a demanda. É por mérito, não é por achismo ou companheirismo. Cada um deles derramou o suor necessário para colher o louro de hoje, estarem sendo convocados para representar o Brasil, o município, suas equipes no mundial”, ressalta o professor.
E sobre a sua convocação, o técnico diz que enxerga da mesma forma, como reconhecimento, respeito e mérito da CBAT, pelo trabalho sério que vem desenvolvendo em Prudente, com as crianças, adolescentes e jovens.
“Cada gotinha de suor derramada nesse oeste prudentino, todo o sol ou chuva que tomamos na cabeça, driblando tanta coisa somos gratificados convidados para representar toda uma nação. Isso não tem preço! É indescritível”, enfatiza Cremilson, garantindo que cada convocação traz consigo uma emoção diferente da outra, mas sempre com a mesma vontade, satisfação e esperança em estar representando o país.
Infelizmente, de acordo com Cremilson, a associação ainda não tem uma equipe apropriada de profissionais para trabalhar especificamente com os atletas, como um psicólogo, por exemplo. Mas o que sempre procuram passar para cada um deles é que deem sempre o seu melhor e se sintam orgulhosos, independentemente se vai ser o primeiro ou o último colocado. Porque só em estarem num evento grandioso com os poucos recursos que têm em mãos já são vitoriosos, uma vez que, muitos gostariam de estar ali em seus lugares, ainda que em último.
“Sempre os deixamos à vontade. Não existe cobrança por parte da APA [Associação Prudentina de Atletismo] em cima dos seus atletas de querer resultados. O que pedimos é que vista a camisa, vá lá e de o seu melhor. Se naquele momento o seu melhor é aquilo, ótimo. A satisfação é plena. O resultado é consequência de uma gama de variantes que a gente trabalha”, ressalta Montanha, frisando que seus atletas estão preparados tanto para o sucesso quanto de repente para uma queda na batalha. “Eles estão prontos para levar esse tombo, levantar, chacoalhar a poeira e continuar na guerra sempre buscando uma melhora ou uma vitória”.
