A Delegacia de Polícia Civil de Teodoro Sampaio concluiu hoje o relatório sobre o homicídio ocorrido no começo de abril, que vitimou um cabeleireiro de 18 anos. O rapaz, que foi morto a tiros dentro do Cemitério Cristo Rei, chegou a ser atropelado antes da fuga dos criminosos. Três homens foram presos e indiciados por homicídio qualificado.
O crime ocorreu no dia 7 de abril, quarta-feira. Em menos de uma semana, a Polícia Civil identificou e prendeu os acusados.
Durante os primeiros dias de investigação, chegou-se à suspeita de que a morte teria sido motivada devido ao cabeleireiro ter enviado fotos íntimas à esposa de um dos suspeitos - hipótese que foi confirmada ao término do inquérito.
A reportagem teve acesso ao relatório final da investigação, produzido pelo delegado de Polícia Civil, Edmar Rogério Dias Caparroz, que analisou provas, como imagens gravadas em posto de combustíveis e outra próxima ao local do crime, bem como vestígios, a exemplo de manchas de sangue e dano na lataria do carro que atropelou o rapaz.
No decorrer da investigação, além dos três presos, que apresentaram versões contraditórias em seus primeiros depoimentos, testemunhas também foram ouvidas. No entanto, uma nova versão de um dos suspeitos foi a que mais contribuiu para a conclusão do fato.
Trata-se do relato de um homem de 21 anos, proprietário do carro utilizado para levar a vítima a uma emboscada.
Polícia Civil - Câmera de posto de combustíveis gravou a vítima e o autor dos disparos
Conforme a conclusão do inquérito, o plano teve origem em relação a uma vingança decorrente do envio de imagens eróticas encaminhadas pela vítima à esposa de um dos acusados, também cabeleireiro, de 22 anos, que passou a ser “instigado pelo comparsa”, 20 anos, a colocar o plano em prática. Este, a fim de obter “credibilidade” perante o amigo.
“Inclusive, na data do crime, compareceu no imóvel [do cabeleireiro] para cravar que a execução da morte teria que ocorrer naquela noite”, salienta a polícia.
Por sua vez, o terceiro investigado, 21 anos, emprestou o carro VW/Gol para que o rapaz de 20 anos buscasse a vítima em seu local de trabalho, para que juntos consumissem drogas. No entanto, o que ela não esperava é de que estaria caindo em uma emboscada.
Quando chegaram ao cemitério, o dono do carro e o marido da mulher que recebeu as fotos íntimas, já estavam no local, onde haviam chegado de motocicleta
Para a Polícia Civil, a execução do crime teve “requintes de crueldade”.
“Os relatos apresentados indicaram que [o rapaz de 20 anos, que buscou a vítima com o carro emprestado] foi o autor de ao menos três disparos de arma de fogo, um revólver calibre 32, atingindo-a nas costas e na face, entre os olhos”, descreve. “Na sequência, para deixar o local, procedeu ao atropelamento da vítima. Por fim, os autores deixaram o Cemitério Municipal e, inacreditavelmente, [o dono do carro e o autor dos tiros], compareceram à residência do amigo [testemunha] para juntos consumirem cervejas, evidenciando a ausência de total apreço pela vida humana”.
Os suspeitos chegaram a lavar o carro após o crime, mas não o suficiente para esconderem duas manchas de sangue humano. “As manchas localizavam-se na mesma região do veículo, ou seja, na parte de baixo do mesmo, em estruturas próximas da roda dianteira”.
Ao término do relatório, o delegado Edmar Rogério Dias Caparroz representou pela decretação da prisão preventiva dos três acusados. Os homens seguem presos desde o mês passado na Cadeia Pública de Presidente Venceslau, onde aguardam decisão da Justiça para posterior encaminhamento ao CDP (Centro de Detenção Provisória) de Caiuá.
Polícia Civil - Carro foi utilizado para buscar a vítima no trabalho e levá-la à cemitério
Polícia Civil - Peritos encontraram duas manchas de sangue humano no veículo
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