Professores do Estado fazem “greve sanitária” na região

Segundo a Apeoesp, a adesão é de 25% do total de profissionais da região, sendo que 80% das escolas possuem pelo menos um professor em acordo com a decisão

REGIÃO - GABRIEL BUOSI

Data 08/02/2021
Horário 18:36
Foto: Site/Alesp
Willian: “Muitas escolas não possuem a estrutura adequada para a volta presencial”
Willian: “Muitas escolas não possuem a estrutura adequada para a volta presencial”

Parte dos professores da rede estadual de ensino do Estado de São Paulo deu início hoje a uma “greve sanitária”. Com reivindicações como, por exemplo, com o pedido de inclusão dos profissionais nesta primeira fase de imunização, a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial Estado de São Paulo) afirma que a luta não é para interromper o trabalho, mas sim continuar com ele remoto até a imunização dos profissionais. “Na região de Presidente Prudente, a adesão é de 25% do total de professores, sendo que 80% das escolas foram acometidas. Ou seja, pelo menos um profissional aderiu à greve nestes 80% das escolas”, expõe o coordenador regional do sindicato, William Hugo Correa dos Santos.
A assembleia que determinou o início da greve ocorreu na última sexta-feira, sendo que a decisão teve apoio de 81,8% da categoria. A presidente do sindicato, Maria Izabel Azevedo Noronha, explicou que se trata de uma “greve sanitária em defesa da vida”, e ressaltou que, diferentemente de outras paralisações, desta vez o foco é a saúde e para preservar vidas, tanto de professores quanto de estudantes, funcionários e familiares. “Não há condições para um retorno seguro”. 
O coordenador regional, por sua vez, ressalta ainda sobre condições desse retorno, que “muitas escolas não possuem a estrutura adequada para a volta presencial, com unidades que possuem janelas que não abrem em salas de aula”, por exemplo, e afirmou que o trabalho não será interrompido, mas sim feito de casa. “Assim como profissionais da saúde, queremos ser priorizados nesta fase de vacinação. É possível encontrar já escolas com aglomerações na entrada e nosso receio é que a transmissão aumente com esse retorno”. 
Willian ressalta ainda que o Estado teve quase um ano para adequar as estruturas da unidade, mas apontou que “nada foi feito”, além de afirmar que sexta-feira haverá um novo encontro virtual entre os professores, com a finalidade de discutir se a greve seguirá ou não. 

Retorno não foi prejudicado

O governador João Doria (PSDB) afirmou nesta segunda que a volta às aulas começou de maneira gradual e segura, sem ser afetada pela paralisação anunciada pelo sindicato dos professores. “Felizmente, a maioria absoluta dos professores da rede pública estadual de ensino entendeu a importância da retomada das aulas e da segurança ao exercerem esse direito, de praticarem e darem aulas aos alunos da rede estadual de ensino”, pontuou. 
Em nota, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo lamentou que o sindicato “se paute por uma agenda político-partidária completamente desvinculada do compromisso com o aprendizado dos alunos”, e afirmou que o sindicato ainda “esquece de contabilizar os riscos diversos atrelados ao atraso educacional e à saúde emocional e mental dos milhares de crianças e adolescentes”. 
A pasta afirmou ainda que tomará as medidas judiciais cabíveis, e informou, em caso de eventuais faltas, que o superior imediato irá analisar a justificativa apresentada, de acordo com a legislação. “Faltas não justificadas pelos profissionais serão descontadas”.

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