Setores da economia reprovam retrocesso

Medidas podem trazer consequências ao comércio e aos prestadores de serviços de toda a região de Presidente Prudente, apontam representantes dos setores

REGIÃO - GABRIEL BUOSI

Data 11/06/2020
Horário 05:55
Acipp: Ricardo avalia nova mudança como “drástica”
Acipp: Ricardo avalia nova mudança como “drástica”

Após o anúncio de que, por causa do avanço da doença no interior, o Estado determinou o fechamento das atividades comerciais na região de Presidente Prudente, a reportagem deste diário ouviu entidades que representam o setor e que, de maneira geral, não concordam com o que chamaram de retrocesso, e que será capaz de interferir significativamente na economia regional.

O presidente da Acipp (Associação Comercial e Empresarial de Presidente Prudente), Ricardo Anderson Ribeiro, por exemplo, classificou a medida como uma “mudança radical” e revelou não entender os motivos que levaram o Estado a tomar tal decisão. “Infelizmente é uma condição imposta, e os municípios precisam seguir. Mas, não entendo o cálculo que fazem, já que não estamos, por exemplo, com falta de leitos nos hospitais”. Ainda de acordo com Ricardo, o retrocesso é, sem dúvidas, prejudicial para a economia da cidade, mas também de toda a região de Presidente Prudente.

Já para o presidente do Sincomercio (Sindicato do Comércio Varejista de Presidente Prudente), Vitalino Crellis, o que precisa ser feito por parte do governo estadual é a criação de estratégias e políticas para que as pessoas fiquem em casa e estejam conscientes da necessidade de se manter em isolamento. “Mas, sabemos que, mesmo assim, é difícil, pois você imagina que a pessoa recebe o auxílio de R$ 600 e vê a oportunidade de colocar sua vida financeira em dia, por exemplo, ao ir ao centro da cidade”. Exemplifica Vitalino, ao mencionar a quantidade de pessoas que se deslocaram até o comércio. Isso porque, muitas poderiam estar inadimplentes com suas contas, e com a abertura, resolveram quitar seus carnês. “Elas não sabem usar a tecnologia, então realmente complica”. Vitalino não concorda com o novo fechamento do comércio e diz que a economia vai virar “uma bola de neve”.

 

Queda no setor de serviços

O gerente regional do Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado) em Presidente Prudente, José Carlos Cavalcante, afirmou que possivelmente as pequenas empresas que já estavam sofrendo com a pandemia, vão “amargar” ainda mais com a nova decisão. Um exemplo disso é um estudo recente do Sebrae que aponta que 76% das empresas foram, de alguma forma, afetadas pela pandemia, sendo que 90% delas apresentaram quedas no faturamento. “A maioria dos pequenos negócios não têm presença consolidada no ambiente digital, e este será o caminho agora, uma saída para o fechamento das portas”.

Ele também avalia como um retrocesso e diz que a entidade continua com o programa de enfrentamento da crise, quando orienta os empresários a encontrar opções para sair deste momento de dificuldade.

Covid-19: região tem variação significativa no nº de internações
Região dialogará com o Estado para subir de fase

Setores da economia reprovam retrocesso

Covid-19: região tem variação significativa no nº de internações

 

 

 

Publicidade

Veja também