Com mais 10 leitos, taxa de ocupação de UTIs vai a 65,7% no DRS-11

Em Prudente, a situação é mais crítica, sem os novos leitos, 90% da Terapia intensiva estaria ocupada; por isso, Cross tem destinado pacientes a cidades vizinhas  

REGIÃO - MARCO VINICIUS ROPELLI

Data 11/07/2020
Horário 07:55
 Arquivo  - Na reunião, de quinta-feira, prefeitos e autoridades regionais discutiram soluções para o cenário crítico 
Arquivo  - Na reunião, de quinta-feira, prefeitos e autoridades regionais discutiram soluções para o cenário crítico 

Ontem, a taxa de ocupação de UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) no oeste paulista, como informou o DRS (Departamento Regional da Saúde) 11, estava em 65,67%, ou seja, dos 67 leitos exclusivos para a nova doença, 44 estavam ocupados. Já dos 150 leitos clínicos para Covid-19, 103 estavam ocupados na região: 68,67%. Os números contam com os 10 novos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), na Santa Casa de Misericórdia de Presidente Prudente, ainda que o hospital afirme que apenas cinco já estão disponíveis aos infectados. 
Os dados dão certo fôlego, visto que, os números informados, na quinta-feira, pela Secom (Secretaria Municipal de Comunicação) de Prudente, quando ainda não se contabilizava as novas 10 UTIs, eram bem piores: 75% de ocupação em UTIs específicas para o novo coronavírus e 76% de ocupação em leitos clínicos. “A meta é estar abaixo dos 60%”, afirma o diretor do DRS-11, Jorge Chihara.
Em Prudente, explica o secretário de Saúde, Valmir da Silva Pinto, a situação é mais crítica. “Se não tivéssemos inaugurado os novos 10 leitos, teríamos uma taxa de ocupação de 90% no município”, garante. Os leitos clínicos da Santa Casa, segundo ele, estão lotados, e os do HR (Hospital Regional) “Doutor Domingos Leonardo Cerávolo” já estão com 200% de lotação (estavam reservados 18 leitos para tratamento de Covid, ontem possuíam 36 internados). 
Até por isso, um fenômeno raro tem ocorrido na saúde da região. Prudente, acostumada a receber pacientes de cidades vizinhas, está mandando doentes para municípios dos arredores, como Rancharia e Presidente Venceslau. Chihara afirma que o sistema Cross (Central de Regulação de Ofertas e Serviços de Saúde) prevê esse fluxo contrário, ainda que não fosse comum na região. “A pandemia fará entender melhor isso. As unidades hospitalares do Estado em Prudente são referência para a região no tratamento de outras doenças. Esperava-se que em algum momento fosse necessário ocupar leitos de menor complexidade”, diz. 

AS UNIDADES HOSPITALARES DO ESTADO EM PRUDENTE SÃO REFERÊNCIA PARA A REGIÃO NO TRATAMENTO DE OUTRAS DOENÇAS. ESPERAVA-SE QUE EM ALGUM MOMENTO FOSSE NECESSÁRIO OCUPAR LEITOS DE MENOR COMPLEXIDADE
Jorge Chihara 

Discutindo soluções

Como informado ontem por este diário, autoridades de saúde da região e representantes de municípios se reuniram na quinta para discutir medidas para lidar com o avanço da pandemia na região. As propostas discutidas:  ampliação de 10 leitos no HR; possibilidade de atendimento no HRCPP (Hospital Regional do Câncer de Presidente Prudente) para desocupar leitos de UTI dos hospitais e outras.
Valmir e Chihara concordam que, hoje, a região e a capital regional enfrentam o pior momento da pandemia, com aumento de casos (que podem ser reflexo do aumento da testagem) e, principalmente, de internações e óbitos. O diretor do DRS, entretanto, mostra otimismo na consolidação do convênio do Estado com o HRCPP e adianta que informações extraoficiais apontam possível avanço para a próxima semana (o convênio representa mais 80 leitos clínicos e 10 UTIs). 
Chihara pontua, ainda, que estão avançadas as negociações com o Estado para implantação de mais 10 UTIs no HR e outras 10 em Presidente Epitácio. Ambos os hospitais afirmam precisar de custeio e equipamentos do governo estadual, em contrapartida, possuem espaço e recursos humanos para tal. Sobre leitos clínicos, ele ressalta que são muito mais fáceis de serem ampliados, pois basta o isolamento dos que já existem e isto ocorrerá na região.
Sobre a questão, Valmir lembra que tudo que o município poderia fazer, já foi feito. Agora todas as soluções dependem do Estado. Além disso, ele reitera as recomendações preventivas, que, conforme ele, são as melhores formas de enfrentamento: distanciamento, uso de máscaras e higienização. 
A respeito da flexibilização da quarentena na região, que vai para a fase laranja na próxima semana, Valmir destaca que não comenta o aspecto econômico – já que a Prefeitura possui secretário específico para o assunto -, mas em saúde, tal decisão do governo é “incoerente, visto o momento crítico que a região enfrenta”. 

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