Greve dos motoristas chega ao fim após acordo com empresa

Conforme a Prudente Urbano, pagamento integral do tíquete alimentação deverá ser finalizado ainda hoje

PRUDENTE - ROBERTO KAWASAKI

Data 05/11/2020
Horário 09:30
Arquivo - Greve começou na semana passada e finalizou ontem à noite
Arquivo - Greve começou na semana passada e finalizou ontem à noite

Chegou ao fim a greve dos motoristas de transporte coletivo de Presidente Prudente. A medida foi tomada na noite de ontem após acordo entre o sindicato e a Prudente Urbano.

Segundo a empresa que administra o serviço na cidade, a formalização ocorreu ainda ontem. “O pagamento integral do ticket deverá ser finalizado amanhã [hoje], conforme acordado. Sendo assim a operação e a escala deverão seguir normalizadas”, afirmou a Prudente Urbano.

Em entrevista a O Imparcial, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Terrestres de Presidente Prudente e Região, Wagner Schiavão, afirma que uma parte do valor já foi depositada na conta dos funcionários no começo da madrugada de hoje. A expectativa é de que a outra parcela de R$ 250 seja depositada até o final do dia, conforme o acordo.

“A gente sabe das dificuldades da empresa, o próprio trabalhador vê que realmente os ônibus estão andando vazios”, lamenta. “A empresa não se nega a pagar, mas fica um jogo de ‘empurra-empurra’ e quem sofre são os trabalhadores”. 

A greve começou no dia 29 de outubro. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Terrestres de Presidente Prudente e Região, por causa da pandemia, a empresa, em acordo com os trabalhadores, reduziu o tíquete por quatro meses, de R$ 500 para R$ 250, de forma que em agosto esse valor já deveria voltar a ser pago de forma integral.

No entanto,  a Prudente Urbano teria proposto a manutenção do acordo por mais quatro meses, o que não foi aceito pelos funcionários.

“A empresa, então, pagou R$ 500 naquele mês, depositou apenas R$ 250 em setembro e não realizou o pagamento do valor de outubro, que deveria ser dia 20, ou seja, cada trabalhador tem pelo menos R$ 750 a receber em atraso”, explicou o presidente do sindicato, na época.

Em relação aos salários, o presidente comentou que, mesmo com eventuais atrasos, o pagamento ocorre sem grandes problemas.


Arquivo/Weverson Nascimento - Trabalhadores cobravam vale-alimentação 

Decisão judicial

Logo no primeiro dia da paralisação, a desembargadora do Trabalho, Tereza Aparecida Asta Gemignani, publicou uma liminar que decidiu pela manutenção de 70% dos trabalhadores e da prestação dos serviços de transporte público durante os horários de pico, e de 50% nos demais horários, sob pena de multa no valor de R$ 5 mil por trabalhador que não cumprir a ordem.

A decisão foi acatada pelo Sindicato no dia seguinte, após ser notificado formalmente. 

Audiência sem acordo

Já na terça-feira desta semana, houve uma audiência para tentativa de conciliação e instrução entre a Prudente Urbano , o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Terrestres de Presidente Prudente e Região e a Prefeitura de Presidente Prudente.

Sem um acordo firmado entre as partes, a situação do transporte público local permaneceu da mesma maneira: manutenção de 70% dos trabalhadores e da prestação dos serviços de transporte público durante os horários de pico, e de 50% nos demais horários, conforme determinado pela Justiça, até que um acordo fosse firmado. 

Porém, na quarta-feira os trabalhadores entraram novamente em greve, desta vez, sem a participação do sindicato. 

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